A LONGA CAMINHADA (Não Necessariamente Para o Oeste)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O que era pra ser um dia legal...


O texto a seguir será um pouco longo, o primeiro deste blog.

Bem... Acabo de voltar do centro da cidade num dia que parece ter sido feito para eu rasgar da minha vida. Só no início, tudo parecia mostrar que seria um dia legal: de tarde fui com meu pai para o Hiper Bompreço de Boa Viagem comprar um guarda-chuva novo. Depois ele pagou um sanduíche muito gostoso para mim. Era uns poucos momentos juntos que não tínhamos desde que voltou do Ceará.

Mais tarde fui todo feliz para Federal assistir a aula de estamparia. Acontece que bastou eu chegar por lá para ver que a meu dia começou a mudar: já estava se preparando pra assisti uma película na sala de vídeos com meus amigos, pois tínhamos programados para sair um pouco da aula de estampa e discuti o vídeo de artista Leonilson, que é um trabalho de outra cadeira. Só que alguns deles não tinha chegado e teríamos que esperar até chegarem. Estava apreensivo: O tempo estava passando e nada de Hiji e José Carlos. Falava com Flávio e ele dizia para esperar mais um pouco... Depois apareceu Hiji e outra vez Flávio falou para esperar... e eu como um homem bem paciente, que quase ninguém percebe e reconhece, fui.

Já era mais de 17:oo horas e finalmente apareceu José Carlos. Chamei mais uma vez a galera e Hiji fez aquela jeito molengão de não querer assisti-lo... Miserável! Demora um tempão para chegar e quando chega, faz corpo mole. Isso me irritou bastante, pois se fosse comigo, todos iriam me criticar. Aí que começou o meu Mau Humor e todos comentários que faziam, eu detonava sem dó. Resolvi entregar o vídeo para biblioteca com muita raiva.

Mais tarde, como foi combinado, a galera saiu para beber, menos eu é claro. Tentei levar a monitoria com a gente, pra ver se conseguia alguma coisa com ela, mas não deu em nada... Sou um péssimo galanteador. Fiquei parado feito um bocó e mudo como uma porta, ou seja, outra coisa para me aborrecer ainda mais. Aí apareceu Rafael junto com suas gracinhas ridículas... Só que desta vez eu estava diferente: e com certeza ele se arrependeu de ter me encontrado naquele dia. Fomos para um boteco no Derby, que nos atendeu a gente muito mal. Acho que nunca mais colocamos os pés naquela espelunca. Carlos Eduardo, que estava com carro, disse para mim que o cais de Santa Rita era uma contra-mão enorme e perguntou se não queria que eu dormisse na casa dele e voltasse para a minha casa pela manhã. Como estava já muito irritado, recusei e resolvi ir a pé mesmo.




Se meu dia já estava péssimo, na verdade o inferno nem tinha começado...




Depois nos separamos, andei pela Conde da Boa Vista e comecei refleti... nas coisas, nos amigos, na vida... na própria condução humana. E enquanto caminhava, percebia muitos torcedores do Sport, pois acabava de acontecer um jogo naquela hora, eles estavam sendo revistado e as vezes apanhando dos policiais. Fiquei refletindo qual era o papel do policial, porque as pessoas tem tanto medo de um servidor público que foi feito para nos proteger e tal. Minha caminhada continuava e já estava no fim da Boa Vista em direção a ponte.

Terminando de sair da ponte, chegando mais ou menos na Avenida Guararapes, percebi mais torcedores, todavia a minha mente estava dispersa, pensando ainda na condição humana. Chegando perto das bancas, senti que alguém segurava a minha bolsa. Pensei que era algum conhecido, mas não era... nunca vi mais gordo. Olhei para cara dele e puxei de volta, só que o sujeito não soltava. Foi aí que percebi que era um assalto. Justo eu, que num dia totalmente desgraçado, teve a "sorte" de ter o seu 1° assalto da vida.

O marginal começou a dizer: "Perdeu! Perdeu! Entrega a bolsa!!", só que numa forma estúpida e num mal humor ainda pior, não entreguei. Vendo que não soltava, começou a se juntar um montão de gente ao meu redor gritando: "Passa o celular! Passa a carteira!! etc..." e eu gritando que não tinha. Acho que tava uns 3 ou 4 me segurando e dando safanões em mim. Realmente eu não tava com nada no bolso e muito menos tenho celular. Ouvi um moleque falando pro outro para me derrubar e foi aí que levei um murro de uma pulguinha que já teve ter feito tantas atrocidades na sua vida mesquinha que a minha, de quase 30 anos, nem sonhava em saber.

Levando porrada sem parar, a minha ficha não caiu e nem percebia a seriedade do ocorrido. Minha mente tava totalmente em outro lugar que realmente não sei como... Era muito estranho e ironicamente engraçado eu ser pela 1° assaltado num lugar que sempre passei desde os 15 anos, independente da hora. Da mesma forma que o assalto, nem percebi que fui salvo por 2 pessoas que estava num carro e colocou os moleques pra correr. Eles perguntaram para mim se estava bem e eu disse que sim.

Aproveitei e  pedi uma carona até o caís, pois mesmo que os policiais conseguiram intercepta-los graça aos 2, era muito arriscado continuar o meu percurso a pé.

Chegando no caís e agradeci aos dois homens que praticamente salvaram a minha vida. Pela hora, só passaria o Bacurau de Jardim Piedade e sabia que ia demorar a passar um... e por sinal demorou muito. Neste momento resolvi refleti no tudo que aconteceu e percebi que não estava alterado... Talvez pelo fato de já está antes aborrecido. Resolvi ler um pouco e finalmente chegou o ônibus. Já dentro dele, veio um moleque e perguntou pelo lado de fora se tinham me roubado um colar e respondi: "Que colar?!" Ele disse que alguém falou que tinha roubado... Com certeza esse maloca e outro tava junto no arrastão, mas eu não tava nem aí de tão pregado.

Então o ônibus partiu...




Acha que acabou? Eu também pensava...




No momento que o ônibus estava fazendo a curva para ir pra Dantas Barreto, começaram a entrar torcedores pulando a catraca. Na verdade um homem e um casal. Parecia só um grupo que não iria pagar a passagem, como sempre em dia de jogo tem. Chego até entender porque os motoristas não param em paradas com torcedores. Mas enfim tudo bem, depois do que aconteceu, não esperava mais nada... E não esperava mesmo!! Dormindo feito bebê, não percebia o clima que estava acontecendo naquele veículo.

Já chegando em Piedade, comecei a ouvi uma confusão: O casal mais o cara que mencionei foram para cima de um passageiro galego e encheram ele de bordoada. Pensei que eram conhecidos, e de fato eram. Só que os caras mais a mulher vadia o roubaram sem perdão. Todos do ônibus, inclusive eu, pensávamos que era amigos do galego. Só que era um tipo de gente que não perdoa ninguém. Ou seja, corri o risco de ser assaltado 2 vezes, só que não fui, apesar de tá dormindo até o acontecido.

Na verdade, nem na 1ª vez me roubaram alguma coisa. As pessoas não acreditam que comigo não acontecesse nada, mas depois deste dia, percebo que eu estou certo e que tudo isso aconteceu por causa desse mal humor que fiquei o dia todo. Forças negativas atraem forças semelhantes, todavia mesmo com a energia baixa, consegui me safar. Porém tudo isso poderia ser evitado se eu tivesse aceito a proposta de Carlos Eduardo.

O que era pra ser um dia legal...

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